A Ritinha imaginou assim o carro novo. O nosso antigo era verde e era um Polo... a Rita chamou-lhe Polo Jorge, porque achava um nome mais comum... O novo ainda não tem nome e só não é verde, porque não havia...
Bebi a minha primeira Carbo Sidral uma vez que fui à Polícia Judiciária. Não tinha feito nada de mal... acho que tinha ido tirar o bilhete de identidade e o meu tio Baptista trabalhava lá. Como estava a viver com a minha Tia à pouco tempo e nós sabíamos pouco sobre ele, achou que me devia convidar para ver o seu ofício e assim estreitar os laços familiares. Mostrou-me os gabinetes dos inspectores, as prisões, as salas dos interrogatórios, os ginásios, o refeitório, etc, etc... mas aquilo de que me lembro melhor é da garrafa verde escura e do sabor da maçã na CARBO SIDRAL. Pena que já não há. O seu nome é quase de ficção científica... digam devagarinho caaaarrrrbbboooo siiiiiideeeeraaaallll.... qualquer coisa com compostos carbónicos do espaço sideral, que fazem cócegas no céu da boca....
Este sou eu. Pela mão pequena da Alice eu sou assim, riscado a vermelho sobre fundo branco com formas pouco regulares e de olhar admirado. Gosto muito desta figura simples onde todo o corpo é uma cabeça com olhos grandes em cima de umas frágeis pernas e com braços muito abertos. Se é uma figura instável, que pode cair a qualquer momento, ainda bem que não existe nada em volta onde se possa magoar... mas, talvez não esteja a ver o desenho correctamente e afinal, ele esteja de pernas para o ar... ou ainda, apenas a pairar no vazio. Pairar tem qualquer coisa de pai e de ar também... Os desenhos das nossas crianças têm sempre qualquer coisa de astrológico, para além de toda a natural carga afectiva. Por um lado são complicados na sua simplicidade e portanto, difíceis de entender. Reside aí, sem dúvida o seu principal interesse , que nos permite explorar todos os seus traços e divagar sobre eles em múltiplas direcções com o mínimo de informação. Depende sempre da idade da criança. Por outro...
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