quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A senhora dos pombos





 Hoje de manhã, na Rua Leite Vasconcelos olhava para as sombras que as árvores projectavam nas paredes dos prédios quando assisti a este pequeno episódio: Uma senhora tinha ornamentado os parapeitos das suas janelas com vasos de flores garridas e coloridos moinhos de vento. Não sei se era pelo cenário, se por algumas sementes que estariam nos vasos, muitos pombos pousavam nos parapeitos das janelas da senhora. Mas a senhora não gostava que eles se aproximassem dos seus vasos e por isso tinha uma vara, com a qual os enxotava enérgicamente.
Assim que os pombos se viam em apuros, procuravam abrigo nos ramos das árvores mesmo em frente das janelas. Sempre que ela parava de agitar a varinha de metal, eles aguardavam um pouco antes de voltarem. Foi assim por muitas vezes. Nem eles, nem a senhora, se cansavam...
Comecei a pensar que era possível viver assim... os pombos atraídos pelos parapeitos coloridos e a senhora que achava uma injustiça que aqueles ratos voadores, sujassem e estragassem as suas flores. A senhora tinha encontrado um objectivo na sua vida, defender o seu trabalho... os pombos pelo seu lado, apreciavam o seu trabalho e achavam que tal beleza valia o risco de levar uma vergastada numa asa de tempos a tempos. Conheço alguns casos de relações mais complicadas...