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A mostrar mensagens de setembro, 2009

Swimming pools and unquiet afternoons

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Time makes better places

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POST-SCRIPTUM

Gostaria de saber Com que sonha quem não sonha, Que tem para se entreter E fazer meio-risonha A vida que ha por viver... Gostaria de sentir Como é a alma que vive Sem para a alma sorrir... Eu sonhei e nada obtive. Sonharei sem conseguir. Mas do que fiz e que faço, Que é nada, como o é tudo, Guardo no meu ser o traço Do sonho que me faz mudo, E rio-me do cansaço... Os grandes homens da terra, Os que fazem sem grammatica, Phrases de paz e de guerra, E sabem tudo da práctica Salvo que a práctica erra Ah, esses teem presença, Multidão e biographia... Que o Fado os tenha na crença Que esse valer tem valia!... Casei com a diferença... 9-X-1927 FERNANDO PESSOA

Tudo a kilo que desejas.

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Quantas vezes nos apeteceu oferecer a alguém a lua, o céu ou uma estrela? Esta ideia para um projecto fotográfico abre a possibilidade de oferecer tudo aquilo que sempre imaginámos que seria a verdadeira necessidade de alguém. A possibilidade de oferecermos prendas verdadeiramente originais e que vão muito para além da oferta comercial vigente. Ok, não é a mesma coisa porque não estamos a oferecer a coisa em si, mas como poderíamos oferecer algo que nem sequer nos pertence? Será que a representação, a imagem do nosso objecto de desejo não é suficiente por si só? Mesmo que na maioria dos casos, a resposta seja negativa, podemos sempre dizer que afinal, aquilo que conta é a intenção.

Reflections in a silver watch

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Pairar tem qualquer coisa de pai e de ar

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Este sou eu. Pela mão pequena da Alice eu sou assim, riscado a vermelho sobre fundo branco com formas pouco regulares e de olhar admirado. Gosto muito desta figura simples onde todo o corpo é uma cabeça com olhos grandes em cima de umas frágeis pernas e com braços muito abertos. Se é uma figura instável, que pode cair a qualquer momento, ainda bem que não existe nada em volta onde se possa magoar... mas, talvez não esteja a ver o desenho correctamente e afinal, ele esteja de pernas para o ar... ou ainda, apenas a pairar no vazio. Pairar tem qualquer coisa de pai e de ar também... Os desenhos das nossas crianças têm sempre qualquer coisa de astrológico, para além de toda a natural carga afectiva. Por um lado são complicados na sua simplicidade e portanto, difíceis de entender. Reside aí, sem dúvida o seu principal interesse , que nos permite explorar todos os seus traços e divagar sobre eles em múltiplas direcções com o mínimo de informação. Depende sempre da idade da criança. Por outro...

O que eu vejo a partir da EN 321

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A estrada que liga Castro Daire a Cinfães passa por aqui. Faifa , fica por trás do primeiro monte, em plena serra de Montemuro . Hoje é um pequeno lugar quase deserto. No verão ainda recebe os filhos e amigos dos últimos residentes da aldeia. É um lugar de muitas memórias, pois apesar de os meus pais terem vindo com a família trabalhar para Lisboa quando eu tinha apenas 6 meses, foi aqui que passei todas as minhas férias grandes até aos 12 anos. Foi aqui que aprendi a usar uma fisga, a construir um trenó, a subir às árvores, a treinar um cão, a assobiar e onde acima de tudo, aprendi a viver com as histórias do meu avô. Uma vez contou-me uma história que se tinha passado nos anos quarenta, possivelmente durante a segunda grande guerra, quando um avião se despenhou nestes montes. Foi ele a primeira pessoa a chegar ao local do acidente e a ver o sucedido, pois andava no monte com as suas cabras. O avião estava em chamas e o piloto apresentava muitas queimaduras e arrastava -se pelo chão....