Para telefonar, temos de ir à escola.
No verão, para telefonar temos que ir à escola. Só lá é que temos sinal no telemóvel. Costumamos ir em grupo à noite, com vontade de saber as novidades dos amigos e da família. O percurso é feito às escuras, apenas iluminados pelos dois candeeiros que esbranquiçam as folhas dos carvalhos e o caminho de granito na nossa pequena viagem pela noite escura. Sinais electrónicos surgem dos aparelhos à medida que vão sendo alimentados de rede e nos aproximamos do local onde os risquinhos da bateria atingem o maior número possível, três em cinco... As faces iluminam-se na aproximação dos aparelhos ligados às vozes de gente conhecida... e ficamos ali a falar cada um para seu lado, no escuro... e no ar milhares de insectos, atraídos pela luz, curiosos com a presença desta gente estranha.